20 agosto 2009

New Addiction

























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Fazes-me bem!
Volto a sentir vontade de me aproximar de alguém. De me aproximar de ti.

Fazes-me bem!
Descobri isso há pouco tempo. Redescobri essa sensação quase perdida de desejar e sentir-me desejado.

Fazes-me bem!
Porque, e julgo que o sabes, me estás a libertar. Não me importa se tens todas as qualidades que costumo procurar numa mulher. As que tens bastam-me, estou a gostar de tudo o que vou conhecendo de ti.

Fazes-me bem!
Como um medicamento que cura muitos males. E cujo efeito secundário é deixar-me num estado de constante bem-estar. Basta-me pensar em ti e imediatamente sorrio! É bom passar os dias assim.

Fazes-me bem!
Porque me sinto a inciar um novo ciclo. E não me interessa como vai acabar, apenas que me sabe muito bem estar a vivê-lo.

Fazes-me bem!
Quando te endereço um elogio e o sabes receber na medida exacta, sem excessos, seja de modéstia, seja de presunção. E também quando és tu a referir algo de positívo sobre mim, pois não me parece que o faças de forma gratuita, ou como mera "troca de galhardetes".

Fazes bem!

24 julho 2009

Há noites assim...

... inesperadas!
... fantásticas!
... saborosas!
... memoráveis!
... enriquecedoras!
... para repetir!

Mas quando uma só noite é isto tudo, o que se pode pedir mais?























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18 junho 2009

Addiction

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Fazes-me mal!

Tendo a aproximar-me de ti sabendo-o. E, qual Ícaro, caio antes de chegar tão perto de ti quanto desejava.

Fazes-me mal!

Sei-o há muito tempo. Ainda assim insisto em procurar-te. Sempre com uma vã esperança de um trato diferente, especial, que nunca aconteceu nem vai acontecer.

Fazes-me mal!

Porque, apesar de não o saberes, me tens preso. Porque com todos os teus defeitos, que os tens, continuo a preferir-te a qualquer outra.

Fazes-me mal!

Como uma droga que sei ser maléfica para o meu bem-estar, mas à qual não resisto. E depois vem a ressaca, dura, impiedosa que me arrasa.

Fazes-me mal!

Porque não me deixas fechar um ciclo que já nem me lembro quando começou. E de cada vez quero encerrar esse assunto e o abordo contigo foges ao tema alegando que não há nada a falar. Mas há!

Fazes-me mal!

Quando, sabendo o que sinto por ti, o ignoras e fazes comentários despropositados que me magoam. Tal como queixares-te, após um date – foi mesmo assim que lhe chamaste – que não percebes porque intimidas os homens e perguntares-me se acho que o fazes. Que queres que te responda?
Tens-me aqui. Já te disse o que sinto. Sem dúvidas, sem medos...
Não, não me intimidas!
Mas não é isso que estás a perguntar, pois não?

Fazes mal!

29 maio 2009

Director's Cut

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Depois de jantar, a determinada altura já no café, a minha interlocutora confidenciava que tem mais amigos homens do que mulheres, mas que ultimamente tem tido alguns mal-entendidos com aqueles. Dizia-me que, com alguma frequência, amigos de longa data se lhe têm declarado, propondo-lhe namorar. Para ela tratavam-se de situações pouco confortáveis, pois via-os apenas como amigos, e não concebia uma relação diferente com eles.

Sorri. Não de desdém, ou de troça. Mas por ouvir pela primeira vez uma história, que conheço tão bem, contada por alguém que a vive do outro lado. Recordei imediatamente um texto antigo (Movie Maker) já guardado n'A Gaveta Secreta.

Perguntou-me porque sorria. Respondi-lhe. E a resposta foi para ela como um ricochete. Pois também ela ouviu pela primeira vez a história contada por quem a tem vivido do outro lado.

30 abril 2009

Oito dias bons


Foram oito dias bons. Não consigo catalogá-los de nenhuma outra forma. Foram bons.
É uma definição simples como o foram esses oito dias passados nos Açores. Aliás, nos Açores não. No Faial, com visitas ao Pico e a São Jorge.
Vi paisagens lindas e inesquecíveis de tão simples e comuns mas para as quais nem sempre temos tempo de olhar. Não esquecerei a viagem de regresso de São Jorge para o Faial: os golfinhos ao longe; o pôr-do-sol, talvez igual a tantos outros mas nem por isso menos maravilhoso; os reflexos das águas; as gaivotas que acompanharam o ferry durante a viagem.

O passeio na orla da Caldeira soube a pouco de tão breve. Mas também aí me lembrei de ti. Ou melhor, lembrei-me de como era bom poder partilhar contigo aquelas paisagens e momentos tão simples e tão intensos.
Ainda não vi as fotografias, as dezenas de fotografias, que tirei, mas de certeza que só eu vou ver naquelas imagens a tua ausência. E por muito bem que te faça a descrição de cada foto nunca verás aquelas perspectivas como eu vi, como eu senti.

Queria não me lembrar de ti, lá, nos Açores, mas foi inevitável. E se nos primeiros dias quase não dei atenção ao que me mostraram porque não me saías do pensamento, nos dias que se seguiram tudo o que me mostraram, e era belo, me fazia lembrar de ti e sosseguei. Sosseguei porque fiz as pazes contigo. Bem... talvez fosse comigo que fiz as pazes!

(Escrito em Julho/2004)

08 fevereiro 2009

Jantar

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Um jantar.
Oito pessoas. Três homens e cinco mulheres. Todos solteiros ou divorciados, todos sozinhos.

Um jantar.
Oito pessoas. Três homens e cinco mulheres. Todos na casa dos trinta anos, todos sozinhos.

Um jantar.
Oito pessoas. Três homens e cinco mulheres. Todos interessantes, se não fisicamente, pelo menos na personalidade, todos sozinhos.

Um jantar.
Oito pessoas. Três homens e cinco mulheres. Todos realizados profissionalmente, todos sozinhos.

Um jantar.
Oito pessoas. Três homens e cinco mulheres. Todos assumindo-se liberais e de espírito aberto, todos sozinhos.

Um jantar.
Oito pessoas. Três homens e cinco mulheres. Todos reconhecendo a necessidade de uma companhia, todos sozinhos.

Um jantar.
Oito pessoas. Três homens que acham que, com pelo menos uma das cinco mulheres, seria agradável uma one night stand, com benefícios óbvios para os dois. Cinco mulheres que acham que não se envolveriam com nenhum dos três homens, sob pena de criar tensões na relação do grupo, já que todos são apenas amigos. Todos sozinhos.

[Arrisco dizer, sem conhecer a sua vida íntima, que nenhum dos oito mantém um relacionamento afectivo, amoroso ou sexual há mais de dois ou três meses, no mínimo...]

Um copo depois do jantar.
Umas centenas de pessoas no bar. Homens e mulheres. Muitos solteiros ou divorciados. Muitos na casa dos trinta anos. Muitos interessantes, mesmo físicamente. Muitos realizados profissionalmente. Muitos liberais e de espírito aberto. Muitos reconhecendo a necessidade de uma companhia.

Um copo depois do jantar.
E oito pessoas, três homens e cinco mulheres. Todos em roda a falar uns com os outros, todos sozinhos.

Um copo depois do jantar.
E oito pessoas, três homens e cinco mulheres. Todos bastante alheados do ambiente que os rodeia, todos sozinhos.

Um copo depois do jantar.
E oito pessoas, três homens e cinco mulheres. Todos sentido-se protegidos por estarem em grupo, todos sozinhos.

Um copo depois do jantar.
E oito pessoas, três homens e cinco mulheres. Todos juntos, todos sozinhos.