25 novembro 2010

Amigos, amigos, mudanças à parte...

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A poucas semanas de iniciar uma nova etapa da minha vida, a ansiedade e o entusiasmo de querer começar rapidamente essa experiência contrastam com a surpresa e alguma consternação, ao sentir a forma como alguns dos que me são próximos encaram esta minha opção.

Embora essa não seja normalmente a minha atitude em relação a amigos que mudam de cidade ou mesmo de país, compreendo que outros, sobre esta minha mudança, fiquem de alguma forma tristes pela minha ausência no dia-a-dia. É legítimo e mesmo lisonjeador.

Esperava duas coisas depois de ter anunciado a minha partida: primeiro a franqueza, caso não achassem que esta fosse uma boa ideia, mas apresentando-me argumentos que pudéssemos debater e que eventualmente me ajudassem na decisão e, posteriormente, que me transmitissem apoio e desejo de sucesso.
Contudo o que está a ser difícil perceber é que, por entre comentários indirectos ou mesmo velados me façam sentir como se eu não tivesse pensado a sério neste projecto, ou como se esta fosse uma alternativa absurda da qual me irei arrepender...
E não é com certeza por me apoiarem nesta empreitada que eu vou interpretar isso como se me quisessem ver pelas costas, bem pelo contrário.
Chega a parecer que desejam o meu fracasso para que regresse rapidamente à cidade de onde ainda não parti, e para que possam dizer de forma condescendente "Eu disse-te!".
Mas, na realidade, não disseram, não dizem, nada.

Costuma dizer-se que só se conhecem realmente os amigos nos maus momentos. Desta vez sinto o inverso. Estão a revelar-se algumas amizades interessantes ou a reforçar-se outras de que nunca tive dúvidas. E é essencialmente entre os que sempre considerei conhecidos – mesmo que o tempo partilhado com eles seja mais do que com alguns amigos – que este episódio está a ajudar a distinguir quem é quem.